Estamos entrando em uma "nova onda de puritanismo nos jogos?" O ex-produtor da Blizzard, Mark Kern, parece acreditar que sim, como observado em uma série de Tweets - assim como recente notícias que reforçam suas alegações.
Embora existam muitas acusações da Sony USA e a PlayStation controlarem o conteúdo dos desenvolvedores, raramente alguém na comunidade de desenvolvimento ou editores os crítica. Não é assim com Mark Kern, um ex-produtor da Blizzard, que trabalhou em World of Warcraft, Starcraft e Diablo II.
Em uma série de Tweets ontem, Kern atacou a PlayStation e a Sony USA, os acusando de censurar o conteúdo da Sony Japão e participando de "uma nova onda de puritanismo que atinge os jogos":
Eu acho perturbador que os EUA estejam impondo seu atual pânico moral em outros países, e culturas, e desenvolvedores de jogos estrangeiros. Os EUA, sendo a polícia mundial da moralidade, é o que eu chamo de "opressão cultural." Eles deveriam também sair e colonizar novamente.
De uma perspectiva de negócios, há perigo em ceder ao pânico. Como todos os pânicos, é uma forma de histeria em massa. Não é real, e na verdade os compradores não se importam, apenas os especialistas e o público chorão da mídia social. Meu conselho para as empresas de jogos: não cedam. Vocês irão perder clientes.
Os que realmente compram seus jogos não se importam com a censura. Além disso, não há um "mercado de massa inexplorado" por aí que magicamente comprará mais jogos se você "se importar" o bastante com os problemas sociais. Pergunte a Star Wars ou aos quadrinhos da Marvel. Não funciona.
Pelo contrário, se erguer e lutar contra a censura aumentou as vendas toda vez que vi uma empresa de jogos fazer isso. Aumentaram as vendas e a visibilidade que, de outra forma, poderiam não ter.
Então vá em frente. Mostre o umbigo nos jogos.
Embora Kern seja frequentemente uma fonte de comentários controversos ou fora das opiniões convencionais, ele muitas vezes se coloca no lugar do consumidor. Alguns talvez se lembrem de seus comentários já apagados sobre Diablo Immortal, onde ele falou que a Blizzard "não entende mais os jogadores."
Claro, essas acusações não são feitas completamente às cegas. A XSEED Games, produtora de localização, e a equipe de Senran Kagura Burst Re:Newal, divulgaram publicamente que o Modo Intimidade estava sendo retirado da versão PS4 do jogo porque estavam "respeitando os desejos da detentora da plataforma":
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Tom Lipschultz, um antigo produtor da XSEED Games, se manifestou a respeito:
Eu não gosto do modo intimidade no SK. Mas eu sempre defendi isso. É assim que começa, meus amigos.
Bem-vindo aos novos anos 90.
E esta não é a única vez que uma editora afirmou que estaria removendo conteúdo de um jogo devido aos desejos da Sony. A publicadora PQube reiterou o mesmo ao cancelar o Omega Labyrinth Z tanto no PlayStation 4 quanto no PlayStation Vita:
É claro que isso não é totalmente atrelado à Sony ou ao PlayStation, mas sim à atmosfera dos jogos em geral. A plataforma dominante de jogos para PC, a Steam, passou por isso várias vezes. No início, eles começaram a aceitar 100% jogos sem censura após mudarem de rumo na decisão de remover jogos com temas sexuais adultos. No entanto, isso durou pouco, com a plataforma eventualmente banindo jogos que eles consideravam "exploração infantil." Essa decisão instigante está forçando os desenvolvedores a realizarem movimentos não planejados e restritivos em seu conteúdo. HuniePot, a desenvolvedora de HuniePop e HunieCam Studio, afirmou o seguinte:
Pior ainda, parece que isso não é apenas um movimento por parte dos desenvolvedores e editores de jogos ocidentais. Muitos notaram que a plataforma de vídeos YouTube vem fazendo sua parte para atrapalhar o público dos jogos, removendo vídeos ou lives que eles acham que são inadequados.
Embora tenhamos que nos lembrar que os desenvolvedores e editores precisam implementar mudanças de conteúdo mais leves para cumprir com as leis locais, a mensagem de Kern ainda é importante. "Os que realmente compram seus jogos não se importam com a censura." Talvez os desenvolvedores e editores se lembrem dessa mensagem enquanto estiverem trabalhando em seus próximos jogos - é claro, desde que as donas das plataformas não fiquem no caminho.
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